Entrevista com Flávia Simonelli e promoção de Paixão e Liberdade

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Olá gente tudo bom?Abaixo uma mega entrevista que fiz com a querida autora e amiga Flávia Simonelli, leia, comente e participe!!!



1)Olá Flávia tudo bom?Primeiro quero agradecer ao incentivo dado ao blog e a mim, e a Como e quando você começou a escrever e despertou o prazer pelo ler e escrever?
Olá, Guilherme! Eu é que agradeço esse espaço para falar do meu trabalho. Aliás, a divulgação que os blogs têm feito de autores nacionais deve dar um novo impulso para a literatura. Afinal, todo escritor tem seu público, seus leitores, basta encontrá-los, o que nem sempre é fácil. E os blogs são um caminho para isso. Um bom caminho, eu diria.
Os sonhos sempre vêm à frente das realizações... Senão não seriam sonhos, não é? Sonhava em ser escritora muito antes de poder ser, ainda bem menina. Mas a vida me levou para outras paragens, fiz Administração de Empresas, trabalhei, depois decidi seguir o que realmente causava entusiasmo em mim: a literatura. Entrei na FFLCH da USP e me formei em Letras. Dei aulas, comecei a fazer outros cursos relacionados ao desenvolvimento humano, trabalhei com crianças especiais e hoje estou no final da Formação Biográfica, um trabalho que permite objetivar e compreender a própria vida. Bem, no meio disso tudo, chegou a hora de escrever e publicar. E eu tive a certeza de estar no lugar certo.

2)Quais são seus autores, livros e gênero preferidos?
Sempre admirei autores que se embrenham na psique. Nesse sentido, Machado de Assis é um mestre, porque desvendou, sutilmente, camadas mais profundas das motivações e intenções humanas, por meio dos personagens. Também tenho Marcel Proust como um dos meus favoritos e, em A busca do tempo perdido, penso que ele conseguiu sair da compreensão espacial para chegar ao tempo, uma dimensão menos palpável, menos mensurável. Não falo do tempo cronológico, mas interno, das memórias, da vida, da respiração.

3)Em Paixão e Liberdade, você se inspirou em alguém ou em algumas pessoas para escrevê-lo?Você se reconhece como algum personagem do livro?
Um autor não se separa de suas vivências, do que lhe é consciente e principalmente, de seu inconsciente, embora a literatura seja um campo em que se tenta a todo instante ultrapassar a subjetividade para poder expressar o que é universal humano. A criação dos personagens passa por esse processo, e na verdade, um personagem pode conter características que o escritor observou em dez, vinte ou trinta pessoas ao longo da vida. Tudo fica armazenado em algum lugar da mente, e vem à tona, no momento da escrita. É um trabalho interessante, surpreendente até mesmo para quem escreve, porque por mais que se planeje uma história, lidamos o tempo todo com o inesperado. Aí reside a mágica da criação.

4)Você vê na sociedade atual histórias parecidas e como elas se desenrolam?
Cada vez que observo a realidade, ou mesmo quando estou completamente distraída e me chega alguma história, algo que alguém viu, ouviu ou vivenciou, me dou conta de que tudo é possível. As mais estranhas coincidências, a sincronicidade, os encontros, os desencontros, os medos, os enganos, os sucessos, tudo acontece na vida real, e a arte condensa numa determinada linguagem.

5)Qual foi o maior desafio encontrado para o lançamento do seu livro?
Foi ter que aguentar o tempo que as editoras levam para dar uma resposta. Quando estamos com um livro terminado na mão, há aquela ansiedade de querer que chegue logo ao leitor. O leitor que revive as emoções, ressuscita personagens e dá a sua opinião. Enfim, o leitor que permite a existência daquele livro no mundo, quando a tarefa do escritor já acabou há algum tempo.
6)Em sua opinião, as editoras dão o real valor que merecem aos
escritores brasileiros?E quanto aos leitores brasileiros, qual é sua
opinião?
É notório que existem muitos mais lançamentos de autores estrangeiros, já consagrados, do que autores nacionais. É só ir a uma livraria e constatar. Mas isso reflete também a preferência dos leitores. Já ouvi muita gente dizer que tem preconceito com a literatura nacional, e eu me pergunto por quê? Será que é algum trauma da época de escola, quando todos nós tivemos que ler forçadamente histórias que nem sempre compreendíamos? Eu mesma vim a compreender e a admirar Machado de Assis na faculdade de Letras, com um professor maravilhoso, e já em outra fase da minha vida. Mas na escola... Ah, não gostava, de jeito nenhum. Mas acho que existem pessoas que estão se interessado por autores brasileiros, e isso eu tenho percebido pelo trabalho dos blogs. Espero que a realidade mude e os escritores daqui tenham cada vez mais espaço.

7)Como um dos temas abordados, a gravidez, em diferentes situações e locais, você acha que o governo, sociedade tanto de nosso país como de outros e as pessoas em geral, dão a atenção que essa passagem da vida merece?
Esse é um momento muito delicado para a mulher e para a criança que está chegando a esse mundo, e que muitas vezes são tratados friamente, sem calor. Na história, trouxe uma personagem que acompanhava as mulheres antes do parto, durante e depois. E que as fazia confiar na capacidade de parir uma criança e de cuidá-la. Hoje existem profissionais da saúde que procuram resgatar o que se perdeu: um nascimento mais humano. Mas ainda muito deve ser feito.

8)E a Irlanda, que é um outro país retratado no livro, como você a
vê, e qual seu ponto de vista sobre brasileiros que buscam se
aventurar em outros países?
A Irlanda é um país que sempre me intrigou pela tradição, pela cultura. Para escrever o livro, busquei algumas informações sobre aquela região, e li sobre a antiga cultura celta, que religava o homem à natureza. O mundo pode não ser mais tão grande assim, mas é diverso. E a diversidade enriquece, na medida em que me vejo melhor a partir daquilo que não sou, compreende? Pelas diferenças, conseguimos nos perceber com mais clareza, mais objetividade. Assim, penso que se aventurar em outras culturas é fundamental para o autodesenvolvimento.

9)E estes sentimentos que são a fachada do livro: Paixão e
Liberdade, como você os vê, como as pessoas ao seu redor e as outras pessoas, sociedade, países e o mundo os vêem?
Bem, paixão são todos os sentimentos que nos acorrentam. Podem ser bons, podem ser os melhores do mundo naquele instante, e por isso nos tornamos dependentes. Já a liberdade, a própria palavra já diz. Ser livre. Mas o que é ser livre? Eis algo para se pensar, porque cheguei à conclusão que ninguém é livre enquanto for motivado por impulsos externos a si mesmo. Liberdade é encontrar sua tarefa de vida e confiar que se tem os recursos para realizá-la. Quando isso acontece, dá uma sensação de estar no lugar certo. É claro que não significa estar no paraíso! (risos). Mas se sentir presente, sem culpar o passado, ou querer revivê-lo, tampouco, preocupar-se demais com o futuro. Porque isso tira as forças do presente e é só no presente que somos verdadeiramente livres.

10)Este foi seu primeiro livro?Se estiver trabalhando para o
próximo, você pode nos antecipar um pouco dele?
tive um livro publicado anteriormente, A Porta, Editora Totalidade. Esgotado e sem previsão de outra edição, por enquanto. E também, terminei o próximo livro, que deve sair dentro de alguns meses. Mas não posso adiantar nada ainda!
11)Onde é possível o pessoal que quer adquirí-lo poder encontrá-lo?
Paixão e Liberdade está na Livraria Cultura, Saraiva, Submarino, Americanas, entre outras. Tenho alguns marcadores comigo, e se alguém desejar, posso enviar pelo correio. Basta entrar em contato pelo site (www.flaviacristina.com.br).

Rapidinhas:
O que você você está lendo: Metodologia do Trabalho Biográfico de Gudrun Burkhard
Um escritor: Marcel Proust
Um livro: O fio da navalha
Um filme: Cisne Negro
Um ator/atriz: Fábio Assunção / Isabelle Adjani
Uma música: tantas! Gosto do rock ao erudito... Difícil selecionar.
Uma crítica: Autocrítica
Um lugar: as colinas de Florença ou à beira do Rio Arno
Uma frase: Viver com pura confiança sem qualquer segurança na existência ( Rudolf Steiner)


-Gostou da entrevista e da resenha do livro?Quer ganhá-lo?E também alguns marcadores?É muito simples, basta comentar abaixo, seguir o blog e preencher abaixo o formulário(preencha apenas uma vez), e se quiser siga o twitter da escritora e do blog @flaviasimonelli / @osimbolista .
O sorteio vai até dia 20 de julho, participe e divulgue!!!


Muito obrigado gente e até a próxima!

19 comentários:

  1. Adorei a Flavia realmente é uma pessoa boa e otima escritora... hehe

    rafa
    rafersom.blogspot.com

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  2. Gostei da entrevista. A Flávia é realmente um amor de pessoa^^
    Participando da promoção LOL
    beijoks

    Por Trás das Letras
    Nos Meus Sonhos

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  3. Nossa, considero Paixão e Liberdade um dos melhores livros nacionais, por abordar questões de amizade, determinação, superação de problemas e diferenetes formas de ver a vida - bem como a de vivê-la, a partir de nossas próprias escolhas.

    E a caracterização das duas protagonistas é algo que me encanta sobremaneira - as formas como cada construiu suas vidas - fazenod-me refletir sobre várias coisas...

    Gostei muito mesmo de poder conhecer um pouco mais de uma das autoras nacionas que mais me emocionou, nos últimos anos: Flávia Simonelli.

    Achei bastante interessante a forma como ela abordou as perguntas sobre gravidez, a Irlanda, etc.

    Obrigada por nos proporcionar um maior contato com nossos autores do coração ^~

    Assim, estou participando da promo, uma vez que o livro que li era emprestado e eu tô implorando para ganhar ^^

    Tem todo o meu apoio para novos momentos como estes e também com outros autores o/

    Abraços,
    Illyana HimuraWakai

    illyana.himura@gmail.com
    @IllychanHimuraW

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  4. Aqui novamente ^^

    Querida Flávia, perdoe esta fã mortinha de sono ^^ mas é que esqueci de comentar sobre a sua oferta para envio de marcadores, bastando apenas a nós, leitores, entrarmos em contato com você.

    AWWWWWWWWWWWWW!!! *_________________*

    VOCÊ É UMA FOFA!!! *afofa a Flávia até ela ficar azulzinha XD*

    Vou mandar-lhe um email, então o/

    Quem sabe nasce uma grande amizade ^____^

    Abraços de panda
    para você e o nosso sagaz Simbolista \o/\o/\o/

    Illyana HimuraWakai

    illyana.himura@gmail.com
    @IllychanHimuraW

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  5. Promovendo a entrevista com a Flávia e a promo no blog:

    @osimbolista traz Entrevista com Flávia Simonelli e sorteio de Paixão e Liberdade \o/ Visitem e concorram: http://bit.ly/ks8xtj

    Vamos divulgar!!!
    *______________*

    Abraços aos dois \o/\o/

    Illyana HimuraWakai

    illyana.himura@gmail.com
    @IllychanHimuraW

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  6. Adorei a entrevista Flávia Simonelli é muito simpática, e as perguntas foram interessantes. Muito boa a ideia de entrevista a autora, é sempre bom saber um pouco sobre quem escreveu o livro, a forma como feito, inspiração.
    Um comentário com o qual concordo é sobre o preconceito com obras nacionais, acho que a Flávia esta certa, provavelmente ele é trauma das leituras obrigatórias da escola, se fossem sugeridos livros atuais, acredito que isso seria quebrado e a literatura nacional receberia o devido respeito. Mas essa visão tem mudado, o Brasil tem hoje muito escritores bons e os blog tem divulgado, e pouco a pouco esse preconceito será vencido. Eu já li muito livros nacionais, e quando vejo um livro e ele é nacional me interesso mais a ainda.
    Parabéns pela entrevista, amei!

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  7. Ela é super simpática mesmo, uma das escritoras que conheço mais valoriza os blogs literários...

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  8. Adorei a entrevista.
    A Flávia é um amor ;)
    Quero muito ler o livro *-*

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  9. Nossa, adorei a entrevista!
    A Flávia é muito simpática, muito verdadeira.
    Já tem tempo que estou com vontade de ler "Paixão e Liberdade", já li ótimas resenhas sobre ele.
    Parabéns pela entrevista!

    Bjo

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  10. aaa, adorei ela, muito fofa :)
    adoro quando os autores vem dar entrevistas e tal, mostram que se importam com os leitores, né?
    adorei a resenha do livro, morrendo de vontade de ler agora, rsrs que raiva, cada vez minha lista aumenta mais, rsrs mas o livro parece ótimo :)

    beijos,
    @adri_brust
    http://stolenights.blogspot.com

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  11. Gui, eu já ouvi tantos comentários desse livro. To super ansiosa para ler. Parece ser incrivel. Quero muito!

    Beijos...
    www.viajenaleitura.com.br

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  12. Ótima entrevista! É muito bom ver escritores nacionais tendo espaço na mídia...
    Eu nunca tive preconceito com escritores nacionais, também, desde pequena estou acostumada a ler livros de escritores como Marcos Rey e Pedro Bandeira.
    Acho que o preconceito vem devido a má adequação dos livros divulgados nas escolas com a faixa etária dos leitores. Afinal, Machado de Assis não é uma leitura para todas as idades...
    Um autor comtemporâneo como o Paulo Coelho, que tem livros ótimos, de linguagem fácil e clara, é um IMORTAL, simplismente não é citado em sala de aula, isso é um absurdo.
    Às vezes penso que os professores de Literatura nem conhecem os Livros do Paulo Coelho, Pedro Bandeira e por aí vai...
    Falando em autores nacionais, atualmente estou lendo Corações de Neve, do autor brasileiro Raphael Draccon, é o segundo livro da Trilogia Dragões de Éter, e recomendo muuuito, os livros são ótimos!

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  13. Em vários blogs já vi conceitos muito bons desse livro!
    Participando \o\

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  14. Gostei da entrevista da Flavia e achei ela adorável!
    Por todos os outros comentários que li restaram pouquíssimas palavras!
    Gostei!
    Bjs
    Ale

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  15. Ainda não conhecia nada da Flavia Simonelli, nem A Porta, nem Paixão e Liberdade e muito menos seu próximo livro, é claro. Mas com a entrevista pude notar que ela é mais uma das grandes mulheres à representar a literatura nacional. E, Flavia, você está certa: todo esse preconceito com a nossa literatura veio do trauma imposto pelas escolas, de fato. Mas ainda há tempo de reverter esse cenário, sempre há. E é com todos esses livros incríveis que estão sendo lançados agora, e com vários dos clássicos que (alguns deles) são sim fantásticos, que conseguiremos essa façanha.
    Na 8º pergunta, encontramos algo bastante interessante à respeito do livro: o de que passará um pouco da cultura irlandesa, um país riquíssimo em tradições, religião e música, dentre outros fatores. E tudo isso pode muito bem ser repassado em um livro, tornando a trama muito mais interessante. Talvez minha paixão pela Irlanda deva-se ao meu amor por folk metal, sendo que é um país muito importante para o estilo.
    Agora, com todos esses comentários, sinto-me ansiosa por ler Paixão e Liberdade! E quem sabe, no futuro, os outros livros da Simonelli também.

    Beijos, e parabéns a'O Simbolista pela entrevista.

    :]

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  16. Adorei a entrevista.
    Quero ler....
    Participando e divulgando!!!

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  17. Gostei muito da entrevista, a autora é muito simpatica e pelo visto bastante tanlentosa o tema deste livro me chamou bastante a atenção 'Paixão e Liberdade" por se tratar de temas tao poucos entendido e esclarecido pela maioria dos autores me fez sentir desejo de ler este livro para ver se eu compreendo um pouco melhor esse sentimentos tão dificeis de entender.entao eu estou aprticipando e divulgando

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