Resenha: "A Vida em Tons de Cinza", Ruta Sepetys

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Vida em tons de cinza, AA Vida em Tons de Cinza
Autora: Ruta Sepetys
240 pág.s
Editora: Arqueiro
Tradução: Fernanda Abreu
*Adicione no skoob
Onde comprar: FNAC , WalMart , Siciliano , Buscapé

"1941. A União Soviética anexa os países bálticos. Desde então, a história de horror vivida por aqueles povos raras vezes foi contada. Aos 15 anos, Lina Vilkas vê seu sonho de estudar artes e sua liberdade serem brutalmente ceifados. Filha de um professor universitário lituano, ela é deportada com a mãe e o irmão para um campo de trabalho forçado na Sibéria. Lá, passam fome, enfrentam doenças, são humilhados e violentados. Mas a família de Lina se mostra mais forte do que tudo isso. Sua mãe, que sabe falar russo, se revela uma grande líder, sempre demonstrando uma infinita compaixão por todos e conseguindo fazer com que as pessoas trabalhem em equipe. No entanto, aquele ainda não seria seu destino final. Mais tarde, Lina e sua família, assim como muitas outras pessoas com quem estabeleceram laços estreitos, são mandadas, literalmente, para o fim do mundo: um lugar perdido no Círculo Polar Ártico, onde o frio é implacável, a noite dura 180 dias e o amor e a esperança talvez não sejam suficientes para mantê-los vivos. A vida em tons de cinza conta, a partir da visão de poucos personagens, a dura realidade enfrentada por milhões de pessoas durante o domínio de Stalin. Ruta Sepetys revela a história de um povo que foi anulado e que, por 50 anos, teve que se manter em silêncio, sob a ameaça de terríveis represálias."

Prisioneiros de um campo do gulag no trabalho, 1936-1937.

"Exatamente um ano antes, os soviéticos tinham começado a enviar soldados para dentro das fronteiras de nosso país.Então, em agosto, a Lituânia havia sido oficialmente anexada à União Soviética.Quando reclamei disso à mesa do jantar, papai gritou comigo e me disse para nunca, jamais dizer nada de depreciativo em relação aos soviéticos.Em seguida me mandou para o quarto.Daí em diante, não falei mais nada em voz alta.Mas pensei muito a respeito".


Olá pessoas, a resenha de hoje é do livro "A Vida em Tons de Cinza", um livro chocante, uma história de guerra quase não conhecida, e uma reflexão do quão ignorante o ser humano pode ser...
Conta a história de Lina Vilkas uma jovem lituana com 15 anos que após a tomada de seu país e de seu povo  com maior parte pela polícia secreta que invadia casas e deportava pessoas, é obrigada a sofrer maus tratos junto com seu povo em um gulag(sistema de campos de trabalhos forçados para criminosospresos políticos e qualquer cidadão em geral que se opusesse ao regime ditatorial da União Soviética) na Sibéria sem culpa alguma.


"Ouvi a voz de mamãe me avisando para tomar cuidado, mas minha mão começou a se mover."


O que mais me revolta é como alguns indivíduos idiotas entram em território não pertencente a eles, "roubam" as pessoas e as fazem trabalhar intensamente, sem descanso, sem comida, sem higiene, sem dignidade, o mesmo pode se comparar a escravidão na África, onde outros ridículos entraram lá e foram dividindo terras que jamais pertenceriam a eles.


"Vocês algum dia pensaram em quanto vale a vida de uma pessoa?Naquela manhã, a vida de meu irmão custou um relógio de bolso."


O livro é muito bom, Ruta fez uma pesquisa maravilhosa para entender seus parentes que sofreram nas mãos dos soviéticos e outros lituânios, ela descreve a história delicadamente, é horrível a sensação de como em um dia estavam felizes com sua cultura e em outro perderam praticamente tudo, ver o sonho de ser uma grande artista desenhista de Lina se desfazer como areia em uma mão aberta...
A leitura te prende, você fica tão chocado que não consegue parar de ler até ver o que vai acontecer com todo aquele povo, Lina e sua família.

"O caminhão parou em frente ao hospital.Todos pareceram aliviados, acreditando que os agentes iriam cuidar do ferimento do careca.Mas não.Eles estavam esperando.Uma mulher que também constava da lista estava dando à luz um bebê.Assim que o cordão umbilical fosse cortado, os dois seriam jogados dentro do veículo."


Por mais triste que a história seja, você acrescenta conhecimento histórico e faz uma verdadeira reflexão.
Pelo contexto da história e dos personagens como Lina, que desenhava pensei que a editora poderia ter feito uma pequena ilustração nos começos de cada capítulo ou no meio da história, pela personagem desenhar(uma ideia sobre a diagramação).


"A psicologia de terror de Stalin parecia ter por base o fato de nunca se saber o que esperar."


Essa foi uma resenha mais complicada de fazer, paro por aqui, por que estou sem comentários, sem nada mais a dizer, é emocionante e muito triste e angustiante sentir essa história e ver pelo que esse povo passou, leiam o livro, mais um livro psicológico e muito bom da Arqueiro, e depois vejam como é passar por essa história e esse sentimento de vazio, indignação e o pior de tudo ver um sonho destruído e saber que tudo isso aconteceu realmente...


Vejam o Booktrailer, vale muito a pena vê-lo, sinceramente vejam mesmo:



A autora:

Ruta Sepetys

Nascida e criada em Michigan, nos Estados Unidos, Ruta Sepetys é filha de um lituano refugiado. Os países bálticos – Estônia, Letônia e Lituânia – sumiram do mapa em 1941, anexados pela União Soviética, e só reconquistaram sua independência na década de 1990. Com A vida em tons de cinza, seu primeiro romance, Ruta pôde dar voz às centenas de milhares de pessoas que, de alguma forma, foram atingidas pelo genocídio perpetrado por Stalin. Ruta mora com a família no Tennessee.

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5 comentários:

  1. A vida em tons de cinza, e a esperança em meio ao gelo.

    "Em seguida me mandou para o quarto.Daí em diante, não falei mais nada em voz alta.Mas pensei muito a respeito"."

    Podem até fazer calar a voz da boca, mas jamais a voz da consciência.

    Já tinha ouvidos boas críticas acerca da obra, aliás adorei sua resenha sincera.

    Eu tenho que tecer um comentário acerca da capa: perfeita, o brotinho em meio ao gelo e ao céu azul, fala por si mesmo, expressa tudo. Adorei.

    Beijus
    Babih Hilla
    http://revolucionandogeral.blogspot.com

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  2. Pelo que eu entendi da sua resenha, é um livro pra chorar.
    Eu adoro livros assim, me apego mais a história.
    A resenha ficou muito legal, mesmo eu tendo ficado meio nervosa só de ler esse pedacinho do livro escrito pelo seu ponto de vista!!

    bjkass


    @leletapias
    aletapias@hotmail.com

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  3. Esse livro me lembra um pouco o menino do pijama listrado!
    Gosto bastante de livros sobre guerras e tals, mesmo sendo histórias tristes.

    @cahpriscila
    carlateixeira1@bol.com.br

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  4. Se é da Arqueiro acho que vale a pena, a editora me conquistou com outro livro psicológico "Identidade Roubada". Segunda resenha que leio sobre esse livro e cada vez mais estou me interessando. Já li livros sobre o holocausto, mas nada de Stalin ainda. Não sabia que a autora teve parentes nessa situação. Acho que vou acabar chorando muito com ele. Muito verdadeira sua resenha (:

    http://leitoracompulsiva1.blogspot.com/
    @mourafran
    francyelly.moura@bol.com.br

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  5. Tenho bastante vontade de ler esse livro, Esse livro parece não ser uma história tão fácil de ler, já que é marcada por tanta dor e tristeza.

    Adorei sua resenha..
    Beiijo

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