terça-feira, 24 de agosto de 2010

Sorriso de "Mona Lisa" deve-se a esmalte, dizem cientistas

O segredo foi finalmente revelado. Cientistas franceses descobriram como Leonardo da Vinci criou o efeito de mistério do sorriso de "Mona Lisa", uma de suas obras mais famosas.

Segundo os pesquisadores do Centro de Pesquisa e Restauração de Museus da França e do European Synchrotron Radiation Facility, tudo se deve ao efeito esfumaçado (sfumato) desenvolvido por Da Vinci: ele chegava a aplicar até 40 camadas de esmalte ("glaze") sobre a tela.
Misturado com outros pigmentos, o esmalte cria leves borrões e sombras nos lábios de Mona Lisa, fazendo com que seu sorriso quase imperceptível pareça desaparecer ao ser encarado de frente.
Por conta da demora para secar, o efeito pode ter levado anos para ser alcançado.


Mona Lisa, quadro de Leonardo da Vinci no Museu do Louvre em Paris, França

Os cientistas também suspeitam que o artista aplicou o esmalte diretamente com as mãos, já que não há marcas de pincel na pintura.
Da Vinci é conhecido por aplicar o sfumato para borrar linhas e fundir sombras. No entanto, até então não se tinha noção de quais técnicas ele utilizava para obtê-lo, o que intrigava experts da arte.
"A delicadeza das camadas de esmalte deve ser relevada. Ela confirma a destreza do pintor. A velocidade calculada e a evolução progressiva do esmalte implica a necessidade de várias camadas para se obter a sombra mais escura", escreveu Philippe Walter, que liderou o estudo, na revista científica "Angewandte Chemie".
Cada camada tem apenas dois micrômetros, algo 50 vezes mais fino que um fio de cabelo. Os cientistas usaram uma técnica conhecida como espectrometria por raios x fluorescentes, que permitiu o estudo sem a retirada de amostras que poderiam estragar a obra.

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