Entrevista com Hellenice Ferreira!

Olá pessoas, como estão?Hoje trago a vocês a entrevista que fiz com Hellenice Ferreira, autora de "Um menino chamado negrinho e outros, leia a entrevista, comente e no final tem uma surpresa, o que acham?

Veja aqui a vídeo-resenha que fiz de "Um Menino chamado Negrinho": Clique aqui!

-Como foi seu incentivo para/e porque escolheu ser escritora?
Desde pequena sempre vi meu pai lendo muito. A estante lá de casa, inclusive, era "a estante do papai". Sempre achei isso lindo!
Ele me levava com mamãe à Biblioteca que funcionava na Câmara Municipal para pesquisar...
De algum modo os livros sempre se aproximaram de mim.
Escrever mesmo, escrevo desde os oito anos. E na, como tantos adolescentes até hoje, fui poerta...  Quando comecei a trabalhar como promotora de leitura, foi batendo a vontade de escrever profissionalmente
Um amigo meu escritor, o Celso Sisto, um dia me disse que eu deveria começar a escrever pensando no livro onde estas escritas seriam editadas.
Então nasceu POEMAR. Que, embora não tenha sido o primeiro livro publicado, foi o primeiro a ficar pronto.

-Quais são seus autores, livros e gênero preferidos?
Caramba! Leio de tudo! Quase, porque, para falar a verdade, leio menos jornais do que deveria...
Gosto muito de crônicas, poesias e contos. Mas não resisto às novelas e romances, hehehe.
Meus autores preferidos? Posso dizer quatro?
Lygia Bojunga e José Saramago. Roseana Murray e Bartolomeu Campos de Queirós.-Qual foi o maior desafio encontrado para o lançamento do seu livro?

A penetrabilidade no mercado editorial. O Brasil é rico de autores. E dos bons! O que torna o começo muito difícil. 

-Você escreve somente no gênero infantil?
Não.
Comecei nesta área este ano.
Meu primeiro livro é de crônicas - o Cenas Comuns. Depois publiquei dois de poesias Poemar e Simples e, somente este ano os dois recontos "Um menino chamado Negrinho" e "Amor de Mãe D'Água". Já estão quase pronto outros dois recontos "A lenda do Alecrim" e "O boto". E com contrato assinado minha primeira obra autoral infantojuvenil, chamada "Frederico".
 Inéditos tenho "Contos e outros tantos", na categoria crônicas; "Todos os nomes" e "Fênix" na categoria poesia, e "As meninas", outro conto autoral infantouvenil
Também já participei de duas coletâneas. Um de comunicações, publicado pela Universidade de Passo Fundo, RG. E "Crônicas para a cidade Amada", organizada pelo professor Arnaldo Niskier.
Dia 14 de outubro, foi lançado "No chão da escola: acontecências de um universo apaixonante", obra que organizei, contendo contos, crônicas e poesias de professores da Rede Municipal de Ensino, onde trabalho. Aliás, foi e é um prazer poder participar desta coletânea que deu oportunidade a outros professores de se tornarem autores.
A obra saiu em e-book e é a primeira obra literária publicada pela Secretaria Municipal de Educação de nossa cidade.

-Como é o projeto em que organiza: "L.A.C." (Programa de Incentivo a Leitura Livro, Arte e Cia.?
O "Livro, Arte e cia" funcionou de abril de 2002 à julho de 2010.
Tudo o que realizei através dele pode ser livro no www.livroarteecia.com

-Como sua formação em Filosofia e Arteterapia influenciam sua vida, seu trabalho e sua escrita?
Nossos saberes ficam guardados e extrapolam em nossas vidas, formalmente ou não.
Não exerço função como filósofa ou arteterapeuta, mas não tenho dúvidas do quanto esses saberes percorrem meu dia a dia.

-"Um menino chamado negrinho" é seu quarto livro, o tema deste é diferente dos outros?Fale um pouco dos outroS
Acabei respondendo sua pergunta anterioriormente...

-Nesta última obra lançada você aborda a lenda do "Negrinho do Pastoreio", do folclore popular brasileiro, como foi a reação das criançase/ou outras pessoas ao ler seu livro?
"Um menino chamado Negrinho" foi escrito para um espetáculo de contação de histórias, que fiz em DC com Beto Gaspari, sob a direção de Ediélio Mendonça.
Na época, ouvi um depoimento que gostei muito: "Você salvou a história, quando ele vai ser feliz pra sempre", quem disse foi o Celso Sisto. Em março, quando o livro foi lançado, ouvi algo similar da querida Fátima França que rabalha na SME do Rio e de Caxias. Ela disse quenão gostava da lenda, mas do jeito que eu contei ela ficou emocionada e gostou muito. Das crianças tenho ouvido muitos depoimentos. Mas, o que mais gosto é quando uma vai explica rpra outra pra onde o Menino vai... É uma história que mora dentro de mim, fico feliz quando ela vai morar com outras pessoas, porque, afinal, quem de nós não teve que sair do formigueiro alguma vez na vida?!

-Quem ilustrou seu livro foi Luís Silva, de Luanda, que vive em Portugal, como foi esse "intercâmbio" de escritor e ilustrador de países diferentes?Ele soube passar para as imagens o que você queria que o livro passasse?
Já visitei Portugal algumas vezes à trabalho. Numa delas,conheci uma obra chamada "O livro da Avó", do Luís Silva.
No ano seguinte, ele foi convidado a participar do mesmo Seminário que eu, o "Sementes da Leitura".
Conversamos bastante àquela época, mas nada sobre esta lenda.
Quando voltei, mandei o texto e o convite para que ele o ilustrasse. Luis ficou muito emplogado! Disse que a primeira imagem que veio à suamente foi o que hoje é a capa da obra, e que suas lembranças de Luanda, que nãovisita desde os seis anos, voltaram muito fortes.
Foi uma parceira natural.
Penso que escrevemos um caminho muito acertado entre texto e imagem, e um caminhoplural também, porque somos de países (Continentes) diferentes. O "Menino" é filho de sangue luso-brasileiro; é um afro-descendente nascido em Duque de Caxias, com ares de Porto Alegre e Luanda......  

-Qual sua opnião sobre o mercado editorial?E em especial o mercado editorial infantil?
É fato que mercado editorial é atividade comercial, mas vejo muita delicadeza e preocupação com a  qualidade das obras, na maioria das editoras, o que é maravilhoso.
Em nosso país as publicações, sobretudo para crianças, têm sido  cada vez mais bem cuidadas. Além do mais, o Brasil conta com nomes preciosos!
O mercado editorial tem garimpado muito bem nossos tesouros literários. Há versões de Machado de Assis, por exemplo, que são ótimos caminhos de "iniciação" para os pequenos leitores.

-Qual sua opnião sobre a literatura no Brasil e nos outros países? 
Vou citar dois escritores para responder à sua pergunta.
O filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que certa vez escreveu "a arte, e somente a arte, é o elemento máximo que estimula a vida, que seduz a vida, que torna a vida possível" E, o mineiro Bartolomeu Campos de Queirós que nos diz em suas palestras "escrever é dividir-se; ler multiplicar-se"
Para mim Literatura é isso: alimento. É Arte!
Temos joio misturado ao trigo em quaisquer lugar do mundo, mas a Literatura com letra maiúscula, essa permanece e permanecerá nos seduzindo, alimentando.
Precisamos dela para nos encantarmos com a vida sob a perspectiva do outro;  para partilhar, emocionar, refletir, sentir... 
Literatura, para mim, é essencial.
É isso...

-Você já pode nos adiantar algo sobre seu próximo projeto?
Claro!
Meu próximo livro já está quase pronto.
Chama-se "A lenda do Alecrim" e é meu jeito de contar esta lenda de origem portuguesa.
As ilustrações ficaram a cargo de Aline Haluch e a edição também será pela Escrita FIna Edições.

-Onde é possível o pessoal que quer adquirir seus livros poder encontrá-los?E entrar em contato com você?
Os livros estão disponíveis variadas livrarias, aqui em Duque de Caxias na Livraria Itatiaia, e também podem ser adquirido on line. A Escrita Fina Edições faz uma excelente distribuição.
Quanto a mim, embora não alimente muito, tenho um blog www.ocaminhodashistorias.blogspot.com que também pode ser acessado por http://www.helleniceferreira.com/
No twitter @profahellenice e no face Hellenice Ferreira.
É isso =O)

Rapidinhas:

O que você você está lendo: Capiães de Areia, porque acabei de assistir ao filme e desejei revisitar Jorge Amado in loco

Um escritor: Puxa! Um so?! Ok. Bartolomeu Campos de Queirós Um livro: Muito difícil isso de escolher um só, hehe. Mas, vamos lá: Jangada de Pedra, de José Saramago

Um ator: Jack Nicholson
Uma música: Tantas... Agora "Epitáfio"

Um filme: Chocolate

Uma crítica: Quando pararmos de dizer que tudo vai mal e começarmos a plantar possibilidades... Que maravilha!

Um lugar: Lisboa...

Uma frase: "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara" Saramago

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(não vale comentários como participando, legal e só, etc...)