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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Resenha: "Til", de José de Alencar Lista UNICAMP/FUVEST

"Til"
Autor: José de Alencar
Ano: 1872 / 2012(5ª reimpressão)
212 pág.s
Editora: Martin Claret
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"Segredos antigos, desencontros amorosos e renúncias estão presentes neste destacado romance regionalista, de 1872, em que Alencar documenta o cotidiano numa fazenda paulista do século XIX. Til é o apelido de Berta, a heroína capaz de imensos sacrifícios por um ideal."

Oi gente tudo bom?Aqui é o Guilherme, bom, hoje trago mais uma resenha / análise pra vocês, dessa vez é um título do José de Alencar que está na lista Unicamp/Fuvest desse e do próximo vestibular.
Comecei o livro não muito crente que iria gostar, Senhora eu abandonei na metade da leitura(mesmo não gostando de deixar pela metade), este ano Senhora saiu e entrou este na lista thanks of god, eu não conhecia esse título do autor, ele junto com "O Gaúcho", "O Sertanejo" e "O Tronco do Ipê", fazem parte das obras regionalistas do José de Alencar, Til foi publicado pela primeira vez em 1872.

"E assim é tudo nela; de contraste em contraste, mudando a cada instante, sua existência tem a constância da volubilidade.Na vaga flutuação dessa alma, como no seio da onda, se desenha o mundo que a cerca; a sombra apaga a luz; uma forma desvanece a outra; ela é a imagem de tudo, menos de si própria." (pág. 23)

Eu achei o livro legal, tem uma narrativa com vários acontecimentos, e apesar de o autor ser bem detalhista é essa variedade de ações e os capitulos curtos que te prende ao livro, achei interessante também o modo como o autor pôs em um mesmo livro sentimentos, situações e personagens: loucos, assassinos, dívidas de dinheiro até a ingenuidade de crianças e o amor entre adolescentes, de um lado os adultos esperando uma morte e de outro simples garotos se apaixonando como se nada estivesse acontecendo.

"Tinha por Miguel uma dessas afeições de infância, puras, calmas e serenas, primeiros botões, dos quais ninguém sabe que flor vai sair, se uma doce amizade, se uma paixão ardente." (pág. 170)

O livro é narrado em 3º pessoa, como disse anteriormente com o uso de detalhes, bastante também o uso da figura de linguagem comparação, reservei uma passagem para mostrar aqui uma comparação que ele faz na descrição da amiga de Berta, Linda:
"Há quem possa resistir àqueles olhos tão doces, que estão bebendo da alma da gente?E a boquinha?...É o torrãozinho de açúcar escondido em uma rosa!Quando ela ri-se, faz cócegas no coração!Do corpinho nem se fala.Que cinturinha de abelha!E um ar tão engraçado, um andar tão faceiro, que encanta!"

"O memso é perguntar a flor como nasce.A semente que o vento lança na terra sabe-se acaso por que enfeza ou brota?Às vezes lá fica na eiva do rochedo, tempo esquecido, até que o céu lhe manda réstia de sol e uma gota de orvalho." (pág. 167)

Em uma parte mais próxima do final do livro o cenário se torna uma Festa de São João, e achei uma palavra que nunca tinha ouvido: Mastro de Cocanha, o qual significa Pau-de-Sebo(aquele que colocam um prêmio na ponta lá em cima e alguém tem que subir para pegar só que ele está todo com sebo então fica super escorregadio para subir).A heroína desta hsitória é Til, que é o apelido de Berta, ela sempre procura ajudar a todos, é caridosa, esbelta, ligeira, adolescente, faz de tudo para conseguir o que quer, em meio a violência, traição e outros acontecimentos já citados anteriormente a trama vai se desenvolvendo.

"É noite de São João.
Noite das sortes consoladoras, dos folguedos ao relento, dos brincados mistérios.
Noite das ceias opíparas, dos roletes de cana, dos milhos assados e tantos outros regalos.
Noite, enfim, dos mastros enramados, dos fogos de artifícios, dos logros e estripulias." (pág. 162)

O projeto gráfico do livro é simples, por dentro é igual a outros livros da editora, diagramção simples, vem alguns textos sobre Romantismo em geral e o Romatismo do autor, e um pequeno histórico sobre Til e no final vem um pequeno histórico da vida do autor, bem interessante.Na orelha da capa vem a crítica de ninguém mais que Machado de Assis e José Veríssimo sobre José de Alencar:
"O autor conhece os segredos de despertar a nossa comoção por estes meios simples naturais e bellos." Machado de Assis
"[José de Alencar] É uma das principais figuras de nossa literatura e, com Magalhães e Gonçalves Dias, um dos seus fundadores." José Veríssimo
A capa de Til eu acho muito linda, essa e as capas novas dos relançamentos e lançamentos da Martin Claret estão ficando super legais, as novas edições da editora como os livros da Jane Austen que vi na bienal estão ficando super bonitas, folhas amarelas, capas foscas e detalhadas,essa edição de Til ainda vem com a capa branca mas nada que prejudique a leitura.

 "A mesma cambraia que retraiu o dorso flexuoso da boicininga espamou o talhe grácil de Berta, como se uma força única regera a vida nessas duas organizações.Aí estava produzida ao vivo a misteriosa identificação da mulher e da serpente, que deu tema ao poético mito da tentação." (pág.139)

Abaixo algumas características dos personagns que podem te ajudar a reconhece cada um:
  • Afonso, irmão de Linda e apaixonada por Berta;
  • Berta, também conhecida como Til, personagem principal, descrita como "pequena, esbelta, ligeira, buliça, altruísta";
  • Besita, mãe de Berta, assassinada pelo seu marido, Ribeiro;
  • Brás, sobrinho deficiente mental de Luís Galvão;
  • Chico Tinguá, dono da hospedagem da estrada de Santa Bárbara, amigo de Jão Fera.
  • Domingão, professor de "primeiras letras", um "mestre latagão de verbo alto e punho rijo";
  • Dona Ermelinda, esposa de Luís Galvão, não conhece o passado do marido;
  • Faustino, pajem de Luís Galvão, participante da trama para matar seu amo. Foi morto por Jão Fera;
  • Gonçalo Suçuarana, também conhecido com Pinta, jagunço, tinha inveja da fama ameaçadora de Jão Fera. Foi morto por Jão Fera;
  • Inhá Tudinha, viúva, mãe de Miguel e mãe adotiva de Berta;
  • Jão Fera, também conhecido como Jão Bugre, jagunço, apaixonado por Besita (mãe de Berta) na juventude, zela por Berta à pedido de sua amada;
  • Linda, filha de Luís Galvão e amiga de Berta, apaixonada por Miguel;
  • Luís Galvão, pai de Berta, marido de dona Ermelinda;
  • Miguel, filho de Inhá Tudinha, inicialmente apaixonado por Berta, passa a gostar de Linda à pedido de sua amada;
  • Monjolo, escravo de Luís Galvão, participante da trama para matar seu amo. Foi morto por Jão Fera;
  • Ribeiro, também conhecido como Barroso, marido de Besita, matou sua esposa por ciúmes;
  • Zana, mucama de Besita, enlouqueceu após presenciar a morte da ama.
 Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Til_%28livro%29

 E é claro que não podia faltar a playlist, dei uma viajada, mas acho que essas se encaixam com o livro:
PLAYLIST:

 -"Sobre o Amor e seu Trabalho silencioso", Céu OUÇA AQUI
-"Rosa Menina Rosa", Céu OUÇA AQUI
-"Bem Leve", Marisa Monte OUÇA AQUI
-"Para Ver as Meninas", Marisa Monte/Paulinho da Viola OUÇA AQUI

E aí?O que acharam da minha resenha, quem já leu o livro, o que achou?Comentem aqui embaixo!Em breve entra promoção de Til, cometem e aqui e participem da promoção quando entrar no ar!Não percam!

 

2 comentários:

  1. Guilherme, acabei de ler o livro. Sua resenha foi bem sucinta, objetiva, clara. Mas teve uma parte do livro ( o encantamento da cobra e Berta ) que eu não consegui achar um sentido nesse fato, não se encaixou pra mim, entende? Eu gostaria de saber como você interpretou esse capítulo!

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  2. Olá Guilherme,
    Acabei de ler o livro. Gostei muito da sua resenha, foi sucinta, clara e objetiva.
    Mas, teve um capítulo do livro ( o encantamento entre a cobra e Berta ) que não consegui atribuir nenhum sentido, ou significado dentro da história. Na verdade, não entendi o propósito desse capítulo, e sua mensagem. Como você interpretou essa parte do livro?

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